Por que o diabetes é mais frequente em mulheres?

Quase 10% das brasileiras convivem com o diabetes. Conheça os principais fatores que aumentam o risco das mulheres desenvolverem a doença.

Por que o diabetes é mais frequente em mulheres?

O mês de março é marcado por ações que homenageiam e fazem refletir sobre o papel das mulheres na sociedade. Fala-se sobre os desafios relacionados à carreira, à maternidade, ao relacionamento – e por que não falar sobre a importância de cuidar da própria saúde? No contexto geral, a mulher é muito mais engajada em realizar exames preventivos e buscar o médico quando há algum sintoma suspeito. Dados do Programa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 revelam que apesar de 76,2% da população ter ido ao médico naquele ano, a proporção de mulheres (82,3%) superou em muito a dos homens (69,4%).[1]

Diabetes é mais prevalente nas mulheres

No caso de doenças crônicas, como o diabetes, por que elas são mais atingidas do que os homens? Quase 10% das brasileiras convivem com a doença diagnosticada, número que equivale a mais de 9 milhões de mulheres.[2] Existem algumas possíveis explicações para isso. As mulheres praticam menos atividade física, seja pela falta de incentivo ou pela jornada dupla. Dos homens, 44,2% se exercitam pelo menos 150 minutos por semana, enquanto esse número é de 30,5% entre as mulheres.[3]

Do ponto de vista hormonal, é importante lembrar que as mulheres que já entraram na menopausa também ficam mais vulneráveis, pois os hormônios femininos que se alteram nessa fase contribuem para o controle do diabetes.[4] Além disso, as alterações hormonais ocorridas nessa fase estão associadas ao risco aumentado de obesidade e a uma mudança na distribuição de gordura abdominal. [5]

Mulheres que engravidam podem, eventualmente, desenvolver diabetes gestacional. A placenta libera hormônios que bloqueiam a ação da insulina, e o pâncreas, em alguns casos, não dá conta de equilibrar sua produção, o que pode provocar um aumento dos níveis de glicose no sangue.[6] Aquelas que tiveram diabetes na gestação têm maior risco de ter diabetes em uma próxima gestação, e maior risco de desenvolver Diabetes tipo 2. [7]

Mulheres cuidadoras

Muitas vezes, além das responsabilidades com o trabalho, casa e filhos, as mulheres ainda ficam encarregadas de cuidar da saúde dos homens. Em 70% dos casos, elas acompanham pais ou maridos nas consultas.[8]

Para elas, o suporte emocional pode contribuir não só com o controle do diabetes, mas também no bem-estar. O estresse decorrente da sobrecarga de tarefas e responsabilidades pode alterar os níveis de glicemia.[9] A recomendação é tornar a rotina mais leve, se possível, e realizar acompanhamento psicoterápico.

Diabetes e coração

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade feminina no mundo, à frente do câncer de mama e de útero.[10] No Brasil, somente o infarto causa cerca de 200 mortes de mulheres por dia.[11] Naturalmente, o corpo feminino tem as artérias mais estreitas, o que aumenta o risco de complicações.[12] O diabetes aumenta ainda mais esse risco, já que provoca um quadro inflamatório no organismo como um todo e favorece o acúmulo de placas de gordura. A baixa produção de insulina também reduz a dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão sobre eles[12], principalmente após a menopausa.

Com a pandemia de Covid-19, os cuidados com a saúde acabaram sendo deixados em segundo plano. No primeiro ano da pandemia, houve um aumento expressivo de mulheres jovens com diabetes. Na faixa entre 25 e 34 anos, o número de brasileiras com diagnóstico da doença dobrou no período.[14]

Embora as mulheres vivam mais que os homens e cuidem mais dos outros, elas também precisam de uma atenção especial para encontrar tempo para cuidar mais da própria saúde. É preciso mudar os hábitos, criando uma rotina mais amigável ao corpo, praticando atividades físicas e adaptando a alimentação, caso necessário.

 

Referências
  1. Agência Brasil – Acesso em 6 de março de 2022. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-07/homem-aumenta-ida-ao-medico-mas-mulher-ainda-cuida-mais-da-saude
  2. Governo Federal. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf
  3. Sociedade Brasileira de Diabetes. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://diabetes.org.br/diabetes-e-menopausa-4/
  4. Governo Federal. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf
  5. Primary Care: Clinics in Office Practice. Acesso em 16 de março de 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14567150/
  6. Sociedade Brasileira de Diabetes. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/
  7. Sociedade Brasileira de Diabetes. Acesso em 16 de março de 2022. Disponível em: https://diabetes.org.br/wp-content/uploads/2021/05/E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG.pdf
  8. Governo do Estado de São Paulo. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: http://portaldenoticias.saude.sp.gov.br/mulheres-comparecem-a-70-das-consultas-medicas-dos-homens/?fbclid=IwAR35Azde7VdUnIX4dEVesHFc6HfRb93fJTlhOtMxc9WO_p3p8hrAkgEM1Ds
  9. Sociedade Brasileira de Diabetes. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://diabetes.org.br/o-que-voce-precisa-saber-sobre-estresse-e-diabetes-6/
  10. The Lancet. Acesso em 7 de abril de 2022. Disponível em: https://www.thelancet.com/commissions/women-cardiovascular-disease
  11. Hospital do Coração - Hcor. Acesso em 16 de março de 2022. Disponível em: https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/cerca-de-30-dos-casos-de-infarto-tem-mulheres-como-vitima/
  12. Hospital do Coração - Hcor. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/mulheres-tem-50-de-probabilidade-de-infarto-maior-quando-comparada-aos-homens/
  13. Hospital do Coração - Hcor. Acesso em 16 de março de 2022. Disponível em: https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/cardiologista-do-hcor-alerta-para-o-impacto-do-diabetes-na-saude-do-coracao/
  14. Sociedade Brasileira de Diabetes. Acesso em 3 de março de 2022. Disponível em: https://diabetes.org.br/diabetes-cresce-mais-rapidamente-entre-mulheres-durante-a-pandemia/

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