Obesidade é fator de risco para doenças crônicas como o diabetes

Estimativas apontam que pelo menos 60% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm obesidade

Obesidade é fator de risco para doenças crônicas como o diabetes

O termo pandemia ganhou força e notoriedade com o surgimento da COVID-19. Há pouco mais de dois anos, não se fala em outras doenças com igual intensidade e seriedade destinadas ao coronavírus. Porém, não podemos ignorar uma outra patologia que é considerada pela comunidade médico-científica como a verdadeira pandemia do século XXI: a obesidade.

Para se ter uma ideia dos indicadores que consolidam esse título, em 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou como pessoas com obesidade e com sobrepeso mais de 2 bilhões de indivíduos em todo o mundo, considerando todas as faixas etárias.¹

Número que deve saltar para 2,3 bilhões em 2025, sendo que, deste total, mais de 700 milhões serão referentes a quadros consolidados de obesidade.²

Números da obesidade no Brasil

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, cerca de 96 milhões de brasileiros enfrentam problemas com a balança. Na média geral, a obesidade afeta 29,5% das mulheres e o sobrepeso 62,6%, contra 21,8% e 57,5% dos homens, respectivamente.¹

Se há 17 anos quatro em cada dez brasileiros estavam com obesidade ou apresentavam excesso de peso, atualmente, seis em cada dez vivem essa realidade.¹ Ou seja, é inegável que estamos diante de um dos maiores desafios globais deste novo milênio.

Obesidade e sobrepeso: entenda os conceitos

Pela definição da OMS, o sobrepeso e a obesidade podem ser definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal, em quantidade que pode prejudicar a saúde. O que diferencia uma condição da outra é o índice de massa corporal (IMC), como veremos a seguir.³

Medida internacional usada para conferir se uma pessoa está no peso ideal em relação à altura, o cálculo do IMC é bastante simples. Basta dividir o peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros [peso ÷ (altura x altura)], conforme a simulação que utilizaremos de um adulto com 80 kg e 1,80 m: 80 ÷ (1,80 x 1,80) = 80 ÷ 3,24 = 24,69.

O resultado final – no caso acima, um IMC de 24,69 – representa o quanto a pessoa tem de massa muscular + massa de gordura + massa óssea, sendo que os valores de referências oficiais são:⁴

IMC menor que 16 - magreza grave

IMC 16 a 16,9 - magreza moderada

IMC 17 a 18,4 - magreza leve

IMC 18,5 a 24,9 - adequado (considerado saudável)

IMC 25 a 29,9 - sobrepeso (pré-obesidade)

IMC 30 a 34,9 - obesidade grau I

IMC 35 a 39,9 - obesidade grau II

IMC 40 ou mais - obesidade grau III

Simplificando, quando o índice de massa corporal está acima do adequado (IMC > 25), podese dizer que a pessoa está em situação de sobrepeso com possível tendência à obesidade. E acima de 30 (IMC > 30), que já está com obesidade.

Causas desses fatores de risco

Tanto a obesidade quanto o sobrepeso podem afetar pessoas de todas as idades, etnias e classes sociais, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Por isso, foi considerada uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde.

Causados por uma mistura complexa de fatores genéticos, psicológicos, metabólicos, socioculturais, econômicos e ambientais, quase sempre resultam de um estilo de vida em que a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente. Isto é, por um desequilíbrio entre as calorias consumidas (em excesso) e as calorias gastas (a menos) pelo organismo para a manutenção e realização das atividades diárias.⁵

Vale ressaltar que a explicação para esse cenário mais do que nunca se fundamenta, segundo a OMS, por duas situações relacionadas ao modo de vida da sociedade moderna: o consumo crescente de alimentos e bebidas ultraprocessados e com alta densidade energética (aqueles ricos em açúcares e gorduras) e a redução da prática regular de atividades físicas devido à natureza cada vez mais sedentária das populações.⁶

Relação entre obesidade e outras doenças crônicas

Está mais do que comprovado que pessoas com obesidade, assim como indivíduos com sobrepeso, são mais suscetíveis a adquirirem e terem agravadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como o diabetes, doenças cardiovasculares, transtornos respiratórios, hipertensão e alguns tipos de câncer, dentre outras. Essas enfermidades representam 41 milhões de óbitos por ano, o que equivale a 71% do total.⁷

Diante dessa prevalência, vale chamar a atenção para o diabetes, ao passo que a obesidade é um dos principais fatores de risco para a ocorrência do diabetes tipo 2 (DM2), desordem que se caracteriza pelo excesso de açúcar (glicose) no sangue.

Relação da obesidade com o diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é uma doença crônica em que o organismo não responde à insulina como deveria (a chamada resistência à insulina) e também não produz insulina em quantidades suficientes. E essas são as duas “brechas” para o DM2 ser uma das principais doenças crônicas associadas ao sobrepeso e à obesidade. Isso porque, facilitadores da resistência à insulina, esses dois fatores acabam diminuindo a capacidade do corpo aproveitar a insulina para o controle adequado dos níveis de glicose no sangue, tornando, portanto, os pacientes com sobrepeso ou obesidade mais vulneráveis ao diabetes tipo 2.⁸

Importante dizer que na presença de obesidade prolongada, as chances de desenvolver DM2 são ainda mais altas, porque a falência das células do pâncreas – quadro que leva à redução da produção de insulina e consequente aumento contínuo da glicose no sangue – é uma situação bastante comum diante dessa grave alteração metabólica.⁸ Estima-se, inclusive, que 60% a 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm obesidade, sendo que os com mais de 40 anos estão mais expostos.⁹

Prevenção

Ninguém adquire obesidade porque quer, mas tratar e evitar o excesso de peso, bem como as enfermidades e complicações por ele desencadeadas, é possível com a adoção de hábitos saudáveis. A obesidade é uma doença crônica que deve ser tratada com ajuda médica. Somente um profissional da saúde será capaz de avaliar a pessoa que tem obesidade de forma individual, para entender qual a melhor forma de gerenciá-la.

Se você faz parte dessa parcela da população mundial, o ideal é começar a mudança o quanto antes, mesmo que seja gradativamente. Para isso, você pode começar a praticar exercícios físicos regularmente e a seguir uma alimentação equilibrada, com foco na diminuição da ingestão de alimentos calóricos e maior consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Essas são as duas principais ferramentas para promover o emagrecimento e manter o peso em dia.⁶⁻¹⁰

Entretanto, perder os quilos de vez é um processo bastante complexo. Por isso, além de contar com a ajuda de nutricionistas e endocrinologistas, o uso de medicamentos para o controle da fome e ansiedade, por exemplo, pode ser necessário. E, em casos mais graves e refratários, até mesmo o tratamento cirúrgico pode ser indicado.¹¹

Por fim, considerando que a obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante (que pode voltar a acontecer)11, não se automedicar e procurar um médico para correto acompanhamento é vital. Contar com uma rede de apoio formada por profissionais da saúde, da educação física e até de familiares faz toda a diferença na busca por um tratamento de sucesso.

 

Nota Importante: O conteúdo deste site não substitui a necessidade de acompanhamento médico para fins de diagnósticos e aconselhamentos. Não desconsidere ou altere tratamentos orientados por profissionais da saúde e busque por atendimento clínico sempre que necessário.

 

  1. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS). Dia Mundial da Obesidade. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/04-3-dia-mundial-da-obesidade-2/ - Visualizado em 27/01/2022.
  2. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). Mapa da Obesidade. Disponível em https://abeso.org.br/obesidade-e-sindrome-metabolica/mapa-da-obesidade/ - Visualizado em 27/01/2022.
  3. Organização Mundial da Saúde (OMS). Obesity. Disponível em https://www.who.int/health-topics/obesity#tab=tab_1 - Visualizado em 31/01/2022.
  4. Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Índice de Massa Corporal - IMC - (Body Mass Index). Disponível em https://arquivos.sbn.org.br/equacoes/eq5.htm - Visualizado em 31/01/2022.
  5. Organização Mundial da Saúde (OMS). Obesity and its roots. Disponível em https://www.who.int/news-room/events/detail/2020/03/04/default-calendar/world-obesity-day - Visualizado em 31/01/2022.
  6. Organização Mundial da Saúde (OMS). Obesity and overweight. Disponível em https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight - Visualizado em 31/01/2022.
  7. ACT Promoção da Saúde. DCNTs e Fatores de Risco. Disponível em https://actbr.org.br/dcnts-e-fatores-derisco - Visualizado em 01/02/2022.
  8. Instituto baiano de Obesidade (IBO). O que a obesidade e a diabetes tipo 2 têm em comum? Disponível em https://institutobaianodeobesidade.com.br/o-que-a-obesidade-e-a-diabetes-tipo-2-tem-em-comum/ - Visualizado em 01/02/2022.
  9. Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Diabetes e obesidade. Disponível em https://www.sbcbm.org.br/artigo-diabetes-e-obesidade/ - Visualizado em 01/02/2022.
  10. DÂMASO, A.R; CAMPOS, R.M.S. Obesidade é uma doença e deve ser tratada como tal. Disponível em https://sp.unifesp.br/biofisica/noticias/diamundial-obesidade-2021 - Visualizado em 01/02/2022.
  11. Sociedade Brasileira de Endocrionologia e Metabologia (SBEM). A obesidade é uma doença. Disponível em https://www.sbemsp.org.br/imprensa/releases/736-a-obesidade-e-uma-doenca - Visualizado em 01/02/2022.

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