A importância da água para a pessoa com diabetes

A importância da água para a pessoa com diabetes

A água é essencial para a saúde em geral e para o funcionamento adequado do organismo, mas manter uma boa hidratação é ainda mais importante para a pessoa com diabetes. Saiba por quê.

O papel da água no controle da glicemia

O diagnóstico do diabetes tipo 2 tem sido cada vez mais comum em todos os países e classes socioeconômicas, de maneira que autores especializados no assunto já têm adotado, nos últimos anos, o termo “pandemia” para dar a dimensão desse crescimento. (1), (2) Agora, o dado positivo é que, diferentemente de outras pandemias, é possível controlar, retardar ou mesmo evitar o diabetes com mudanças no estilo de vida.(3)

Entre essas mudanças, inclui-se substituir bebidas doces por água potável. (4) Até porque beber água, além de ser um hábito ligado ao bom funcionamento do corpo, é fator integrante de uma dieta mais saudável (1), (2) — e não apenas porque é uma boa ideia substituir bebidas doces, mas também porque dados preliminares têm demonstrado que a água, por si só, tem um papel importante como nutriente para o equilíbrio da glicose no organismo!(1)

Segundo esses dados, isso acontece, principalmente, por causa de um hormônio chamado arginina-vasopressina (AVP), que regula o equilíbrio dos fluidos corporais. Pessoas com diabetes não controlado têm altas concentrações de AVP no sangue, o que parece ser uma tentativa do organismo de regular os fluidos diante do desequilíbrio de água interno, causado tanto pela hiperglicemia (“excesso de açúcar” no sangue) quanto pelo aumento da urina (ir muitas vezes ao banheiro).(1)

A questão é que esses mesmos dados vêm demonstrando que alterações no equilíbrio da água — uma das razões da maior presença da AVP — não apenas pioram a regulação da glicose em pessoas com diabetes tipo 2 (5), como testes em animais sugerem que uma infusão “extra” de AVP promove resistência à insulina! (1), (6) Bons motivos para beber água, não?

Quais são os benefícios de beber água?

Além dessas descobertas recentes, há benefícios que já são bem conhecidos.

Beber água suficiente está relacionado à melhor capacidade cognitiva e humor, tem ação benéfica contra a fadiga, ajuda no controle do sobrepeso e obesidade em condições crônicas (especialmente se associado à diminuição de bebidas calóricas) (7), tem efeitos positivos no controle de doenças renais e na pressão alta (hipertensão) (7), (8), auxilia na performance da atividade física (8) e tem papel fundamental na termorregulação do corpo. (8), (9) Ufa! — e, sim, para aqueles que estão em risco de desenvolver diabetes tipo 2, beber água ajuda a reduzi-lo.(10)

Pessoas que já têm diabetes, por sua vez, devem prestar ainda mais atenção à água, por causa dos riscos da desidratação, que, como vimos, piora o controle da glicose. (5), (11) Por isso, além de beber água, é importante seguir o tratamento e monitorar sempre sua glicemia, sem deixar de seguir a orientação médica.(11)

Qual a quantidade de água que devemos beber por dia?

Todo mundo deve conhecer a clássica recomendação de beber 2 litros de água por dia, mas esse valor não é tão “cravado” assim.

O Institute of Medicine of the National Academies, dos Estados Unidos, recomenda cerca de 2,7 litros para mulheres e 3,7 litros para os homens, por exemplo — mas esses valores incluem não apenas a água “pura”, mas também a que obtemos de outras bebidas e dos alimentos.(12)

Já a European Food Safety Authority (EFSA) fala de 2 litros para as mulheres e 2,5 para os homens (13), e há ainda o cálculo, mais exato, de ingerir 35 mililitros de água por quilo: você multiplica seu peso por 0,035 para achar o total em litros que deve beber.(14)

Na prática, porém, a quantidade varia não só de acordo com o peso, mas também em relação ao nível de atividade física, à condição de saúde da pessoa e até se ela está em um local mais quente ou mais frio.(14)

Portanto, mais do que debater valores, em algo todos concordam: não é bom ser “econômico” na hora de beber água, principalmente se você tiver diabetes. Além disso, é necessário ficar de olho nos sintomas de desidratação leve ou moderada, como sede excessiva, boca seca, pele ressecada, urina mais escura e fadiga (15), tanto para evitá-los quanto para agir se eles aparecerem. Então...saúde!

 
 
Referências:
  1. Vanhaecke T, Perrier ET, Melander O. A journey through the early evidence linking hydration to metabolic health. Ann Nutr Metab. 2021;76(Suppl. 1):4–9. doi: 10.1159/000515021.
  2. IDF diabetes atlas. 9th ed. Brussels, Belgium; 2019.
  3. Balk EM, Earley A, Raman G, Avendano EA, Pittas AG, Remington PL. Combined diet and physical activity promotion programs to prevent Type 2 diabetes among persons at increased risk: a systematic review for the community preventive services task force. Ann. Intern. Med. 2015. doi: 10.7326/M15-0452.
  4. Pan A, Malik VS, Schulze MB, Manson JE, Willett WC, Hu FB. Plain-water intake and risk of type 2 diabetes in young and middle-aged women. Am J Clin Nutr. 2012 Jun;95(6):1454-60. doi: 10.3945/ajcn.111.032698. Epub 2012 May 2. PMID: 22552035; PMCID: PMC3349456.
  5. Johnson EC, Bardis CN, Jansen LT, Adams JD, Kirkland TW, Kavouras SA. Reduced water intake deteriorates glucose regulation in patients with type 2 diabetes, Nutr Res. 2015;43:25-32. doi: https://doi.org/10.1016/j.nutres.2017.05.004.
  6. Taveau C, Chollet C, Waeckel L., et al. Vasopressin and hydration play a major role in the development of glucose intolerance and hepatic steatosis in obese rats. Diabetologia. 2015;58:1081–1090. doi: 10.1007/s00125-015-3496-9.
  7. Armstrong LE, Barquera S, DuhamelJF, Hardinsyah R, Haslam D, Lafontan M. Recommendations for healthier hydration: addressing the public health issues of obesity and type 2 diabetes. Clin. Obes. 2012;2(5-6):115-24. doi: 10.1111/cob.12006.
  8. Popkin BM, D'Anci KE, Rosenberg, IH. Water, hydration, and health. Nutr. Rev. 2010;68(8):439–58. doi: 10.1111/j.1753-4887.2010.00304.x
  9. Dmitrieva NI, Gagarin A, Delong L, Colin WO, Boehm M. Middle-age high normal serum sodium as a risk factor for accelerated biological aging, chronic diseases, and premature mortality. eBioMedicine. 2023;87(104404). doi: doi.org/10.1016/j.ebiom.2022.104404
  10. Janbozorgi N, Allipour R, Djafarian K, Shab-Bidar S, Badeli M, Safabakhsh M. Water intake and risk of type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis of observational studies. Diabetes Metab Syndr. 2021 Jul-Aug;15(4):102156. doi: 10.1016/j.dsx.2021.05.029. Epub 2021 May 29. PMID: 34186361.
  11. Roussel R, Fezeu L, Bouby N, Balkau B, Lantieri O, Alhenc-Gelas F, Marre M, Bankir L, for the D.E.S.I.R. Study Group. Low water intake and risk for new-onset hyperglycemia. Diabetes Care. 2011;34(12):2551–54. doi: 10.2337/dc11-0652.
  12. National Academies - Sciences Engineering Medicine. Report sets dietary intake levels for water, salt, and potassium to maintain health and reduce chronic disease risk [Internet]. National Academies; 2004 [cited 2023 July 7]. Available from: https://www.nationalacademies.org/news/2004/02/report-sets-dietary-intake-levels-for-water-salt-and-potassium-to-maintain-health-and-reduce-chronic-disease-risk
  13. EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition, and Allergies (NDA). Scientific opinion on dietary reference values for water. EFSA Journal. 2010;8(3):1459. doi: doi.org/10.2903/j.efsa.2010.1459.
  14. Lăcrița NG. How much water to drink daily and when. Univers Strategic. 2022;50:135-140. Available from: https://www.ceeol.com/search/article-detail?id=1048871
  15. Higuera V. What to know about diabetes and dehydration [Internet]. Healthline; 2021 [cited 2023 July 7]. Available from: https://www.healthline.com/health/diabetes/diabetes-and-dehydration
 
 
BR23DI00106 - Agosto/2023

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