Vida a dois, diabetes e hipertensão: conheça a relação

Vida a dois, diabetes e hipertensão: conheça a relação

O diabetes, como qualquer outra doença crônica, requer disciplina e uma rotina de cuidados. E você sabia que os parceiros podem contribuir e, muito, para o controle da doença?

Meu parceiro tem diabetes. Eu também posso ter?

Pode parecer curioso, mas, segundo a literatura, entre os fatores que predispõem uma pessoa a ter diabetes tipo 2, está ter um relacionamento com uma pessoa com diabetes.(1)

Por que isso ocorre? A resposta está, muitas vezes, no estilo de vida. Entre fatores genéticos, metabólicos e ambientais, o surgimento do diabetes tipo 2 também se relaciona a uma série de comportamentos, como a adoção de uma vida sedentária, falta de exercícios físicos e uso do cigarro e de bebidas alcoólicas.(2)

Muitos desses hábitos são compartilhados pelo casal, especialmente os casados, que, portanto, acabam por compartilhar os mesmos riscos à saúde. (3) Uma revisão de literatura publicada em 2014, por exemplo, demonstrou que ter um parceiro ou parceira com diabetes aumenta em 26% o risco de uma pessoa também desenvolver diabetes.(4)

Isso também se verifica no caso de uma das doenças cardiovasculares mais prevalentes, a hipertensão arterial (pressão alta). Uma revisão de 2017 demonstrou que os cônjuges de pessoas com pressão alta tinham 41% mais risco de desenvolver essa condição.(5)

Qual a importância do(a) parceiro(a) no controle do diabetes?

Os dados acima não precisam ser vistos como uma sentença. Afinal, se o casal compartilha maus hábitos, ele também pode mudar junto. Na China, por exemplo, um estudo demonstrou que mulheres tinham 2 vezes mais chances de se exercitar regularmente caso seus maridos também o fizessem.(3)

No controle do diabetes, até o encorajamento do parceiro ou parceira conta, conforme uma pesquisa publicada em 2013, em que casais com, pelo menos, 55 anos de idade, sendo um deles portador de diabetes, foram monitorados e preencheram um diário eletrônico. O resultado foi: tanto o apoio do cônjuge sozinho quanto associado a um controle da frequência de atividade física por parte do(a) parceiro(a) podem facilitar o controle do próprio diabetes por meio da atividade física.(6)

Além de desempenhar papel na adesão da pessoa com diabetes a hábitos saudáveis, o(a) parceiro(a) é importante para a manutenção da dieta (7), (8) — embora as mulheres, em particular, relatem receber menos suporte por parte de seus maridos que o inverso.(8)

Por conta desses fatores, já há protocolos que, em vez de focar apenas a pessoa com diabetes, leva em consideração também seu(ua) parceiro(a). (9) Para além da mudança conjunta de hábitos, o suporte do esposo ou esposa e o contato marital já foram relacionados a uma melhoria na condição cardiovascular da pessoa hipertensa após três anos de acompanhamento.(10)

Como contribuir no tratamento do(a) parceiro(a) com diabetes?

Claro que cada relacionamento é único e é importante adaptar-se às necessidades individuais. No entanto, com um diálogo franco e com muito carinho e compreensão, tanto a pessoa com diabetes quanto seu cônjuge saem ganhando em intimidade, companheirismo e qualidade de vida. Por isso, há algumas dicas muito importantes para aproveitar o relacionamento e melhorar o tratamento:(11), (12)

  • Comunicação: aberta e honesta sobre ser uma pessoa com diabetes tipo 2 e/ou doenças cardiovasculares e eventuais impactos na rotina, e, em alguns casos, na vida sexual;
  • Educação: aprenderem ambos sobre os detalhes das condições de saúde;
  • Acompanhamento: se você for a pessoa que não tem diabetes, oferecer apoio na adesão ao tratamento e na ida às consultas;
  • Alimentação e atividade física: promover uma alimentação saudável e atividade física dentro da rotina do casal;
  • Apoio emocional: oferecer suporte e estar presente em conversas sobre sentimentos. Afinal, isso também faz parte da alegria de namorar.
 
 
 
Referências:
  1. Appiah D, Schreiner PJ, Selvin E., et al. Spousal diabetes status as a risk factor for incident type 2 diabetes: a prospective cohort study and meta-analysis. Acta Diabetol. 2019;56:619–629. doi: 10.1007/s00592-019-01311-y.
  2. Alam S, Hasan MK, Neaz S, Hussain N, Hossain MF, Rahman T. Diabetes Mellitus: insights from epidemiology, biochemistry, risk Factors, diagnosis, complications, and comprehensive management. Diabetology. 2021;2(2):36-50. doi: 10.3390/diabetology2020004.
  3. Jurj AL, Wanqing W, Hong-Lan L, Zheng W, Yang G, Yong-Bing X, Yu-Tang G, Xiao-Ou S. Spousal correlations for lifestyle factors and selected diseases in Chinese couples. Ann. Epidemiol. 2006;16(4):285-291. doi: 10.1016/j.annepidem.2005.07.060.
  4. Leong A, Rahme E, Dasgupta K. Spousal diabetes as a diabetes risk factor: a systematic review and meta-analysis. BMC Med. 2014;12(12). doi: 10.1186/1741-7015-12-12.
  5. Zhancheng W, Wenhui J, Yanqiu S, Jin L, Yan S, Hongchao Z, Yueyou D. Spousal concordance for hypertension: a meta-analysis of observational studies. J. Clin. Hypertens. 2017;19(11):1088-1095. doi: 10.1111/jch.13084.
  6. Khan CM, Stephens MAP, Franks MM, Rook KS, Salem JK. Influences of spousal support and control on diabetes management through physical activity. Health Psychol. 2013;32(7):739–747. doi: 10.1037/a0028609.
  7. Rintala T-M, Jaatinen P, Paavilainen E, Åstedt-Kurki P. Interrelation between adult persons with diabetes and their family: a systematic review of the literature. J. Fam. Nurs. 2013;19(1):3-28. doi: 10.1177/1074840712471899.
  8. Albanese AM, Huffman JC, Celano CM, Malloy LM, Wexler DJ, Freedman ME, Millstein RA. The role of spousal support for dietary adherence among type 2 diabetes patients: a narrative review. Soc Work Health Care. 2019;58(3):304-323. doi: 10.1080/00981389.2018.1563846.
  9. Whitaker M, Aguirre MC, Gutierrez Chavez M, Beaulieu E, Arones YB2, Gershenoff D, et. al. Couple-based lifestyle intervention to prevent type 2 diabetes: protocol for a randomised pilot trial. BMJ Open. 2023; 13(2). Available from: https://bmjopen.bmj.com/content/13/2/e068623.full
  10. Baker B, Szalai JP, Paquette M, Tobe S. Marital support, spousal contact and the course of mild hypertension. J. Psychosom. Res. 2003;55(3):229-233. doi: 10.1016/S0022-3999(02)00551-2.
  11. Ellis RR. When diabetes affects your relationship [Internet]. WebMD; 2022 [cited 2023 July 7]. Available from: https://www.webmd.com/diabetes/diabetes-relationship-effects
  12. Diabetes.co.uk. Supporting your partner [Internet]. Diabetes.co.uk; 2019 [cited 2023 Jan 25]. Available from: https://www.diabetes.co.uk/supporting-a-diabetic-partner.html
 
 
BR23DI00107 - Agosto/2023

Contato Imprensa

Approach Comunicação

novonordisk@approach.com.br

Fale sempre com seu médico.

Acompanhamento com seu médico de confiança e realização de exames regulares podem ajudar você a controlar o diabetes, além de colaborar para reduzir as chances de doenças cardíacas ou de derrame (AVC).

Em menos de um minuto você pode descobrir seus fatores de risco para o coração.

Conheça os principais sintomas que podem estar associados a doenças cardiovasculares.