O diagnóstico do diabetes costuma ser o ponto de partida de uma série de adaptações na vida de quem tem a condição. A partir da descoberta, o próprio indivíduo é estimulado a seguir recomendações que envolvem mudanças no estilo de vida, como alterações na alimentação, prática de atividades físicas, uso de medicamentos, visitas periódicas para acompanhamento com especialistas e automonitoramento. [1] Justamente por ser uma jornada contínua, há um elemento-chave: o engajamento com o autocuidado. [2]
Não gerenciar o diabetes adequadamente pode representar graves riscos à saúde, que vão desde danos renais a problemas cardiovasculares. [3] Só que, apesar das evidências e das orientações, nem todos conseguem seguir as recomendações: menos de 50% dos pacientes com diabetes atingem as metas glicêmicas recomendadas pela American Diabetes Association. [4]
O conjunto de fatores associados à adesão ao tratamento é muito amplo: pode ser intencional (quando o paciente decide deliberadamente não seguir), não intencional (por esquecimento, por exemplo) ou uma combinação de ambos. [4]
Um estudo feito por um grupo de pesquisadores brasileiros e publicado em 2018 mostrou que, em pessoas de meia idade e idosos, havia uma boa adesão apenas no uso de medicamentos (93%). Por outro lado, fatores também importantes como o monitoramento da glicemia (56,1%), a alimentação (29,2%) e a prática de exercícios (22,5%) ficavam bem abaixo do ideal. [2]
A ciência tem se debruçado no sentido de desvendar os motivos que levam as pessoas a não seguirem as orientações. Ao entender as barreiras que impactam na adesão ao gerenciamento é possível traçar um plano de ação e fazer ajustes para que a gestão adequada dos diabetes entre nos trilhos. Confira alguns dos principais fatores:
Ansiedade, depressão e estresse
Vários estudos confirmam que a associação entre diabetes tipo 2 e transtornos depressivos leva a uma menor adesão ao tratamento em comparação com pacientes não deprimidos. A baixa adesão foi detectada em 50% dos pacientes com sintomas depressivos e em 2,8% daqueles sem sintomas de depressão. [4]
A ansiedade e o estresse emocional também estão associados a um impacto no tratamento. De acordo com a Sociedade Brasileira do Diabetes, a habilidade do paciente em lidar com os problemas específicos que surgem com o diabetes e com o estresse psicológico interfere nos comportamentos de autocuidado. [5] Intervenções comportamentais focadas na redução do estresse e no tratamento da depressão podem colaborar para um melhor envolvimento no processo do diabetes. [4]
Frustração com a complexidade e o custo do gerenciamento
As mudanças no estilo de vida de quem tem diabetes, como automonitoramento, alterações na alimentação e a prática de exercícios físicos, demandam tempo e atenção. Nesse contexto, quem tem diabetes pode se sentir frustrado por não conseguir realizar a programação de acordo com o que considera ideal. [6]
O tempo dedicado a essas mudanças, assim como a disponibilidade de recursos, seja para adquirir um medicamento ou para se matricular em uma academia, por exemplo, podem ser fatores que impactam na adesão ao tratamento. [5] Um bom planejamento, em todos os sentidos, pode minimizar possíveis frustrações e empoderar quem vive com diabetes ao fortalecer o senso de controle da situação.
Falta de comunicação entre médico e paciente
A comunicação entre a equipe médica e o paciente tem um impacto significativo na construção de uma relação de confiança e no comportamento de quem vive com diabetes. Contudo, vários estudos demonstraram insatisfação generalizada entre os pacientes em relação à comunicação com os médicos. [4] [7]
As insatisfações estão associadas desde à qualidade das informações recebidas sobre sua saúde e o tratamento a que estavam sendo submetidos até ao número de oportunidades para falar sobre seus problemas. A atitude ativa do paciente, aliada à comunicação centrada no paciente, pode fornecer ao médico informações sobre o andamento das recomendações propostas e levar a ajustes na rotina que sejam benéficos para a pessoa com diabetes. [4]
Falta de apoio da família e amigos
O suporte da família pode ser um divisor de águas no gerenciamento do diabetes. Algumas pesquisas mostram que conflitos familiares estão associados com a dificuldade do indivíduo em aderir ao tratamento. [5]
Um ambiente mais colaborativo, em que todos se esforçam para acolher e facilitar a rotina de quem tem diabetes, pode ter um impacto extremamente positivo na adesão e no estímulo ao autocuidado [4]. Pessoas que vivem com a condição já relataram, por exemplo, que o descaso e a falta de afeto dos filhos diminuem a motivação para levar a sério as recomendações de gestão do diabetes. [7]
Medo de julgamento
O receio do julgamento e da reação das pessoas pode fazer com que alguns indivíduos se sintam constrangidos em compartilhar sua condição com familiares e amigos, o que pode impactar diretamente na adesão do cuidado. Um estudo qualitativo publicado em 2021 colheu depoimentos de pacientes para entender as barreiras psicossociais na adesão ao tratamento. [7]
Entre as entrevistadas da pesquisa, uma mulher de 55 anos relatou: “Durante meu primeiro ano de diabetes, não injetei insulina até ficar sozinha. Quando tínhamos um convidado em casa, eu não injetava minha insulina de jeito nenhum”. Reduzir o estigma sobre a doença é peça-chave para impactar no acesso a informação e, consequentemente, na adesão ao tratamento. [7]
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