O impacto da carne vermelha na sua saúde

Para pessoas com diabetes

• Consumo excessivo: estudos sugerem que o consumo excessivo de carne vermelha, especialmente as processadas (salsichas, bacon e presunto, por exemplo), pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Isso pode estar relacionado ao alto teor de gordura saturada e produtos químicos utilizados no processamento de algumas carnes.1, 2  
• Carnes processadas: carnes vermelhas processadas são ricas em sal e conservantes, que podem estar associados a um maior risco de resistência à insulina, que, por sua vez, leva ao diabetes tipo 2. 1, 2, 3
• Gordura saturada: geralmente, a carne vermelha tem altas taxas de gordura saturada, o que também pode afetar a sensibilidade e contribuir para a resistência à insulina.1, 2, 3, 4  

Para pessoas com doenças cardiovasculares

• Gordura saturada: especialmente nas variedades mais gordurosas, o consumo excessivo de carne vermelha pode elevar os níveis de colesterol LDL (“colesterol ruim”) devido ao seu teor desse tipo de gordura. Isso, por sua vez, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral.5, 6
• Sódio e conservantes: como geralmente contêm altos níveis de sódio, o consumo de carnes vermelhas processadas pode contribuir para a hipertensão (pressão alta) e aumentar o risco de outras doenças cardiovasculares.5
• Aumento de peso: o consumo excessivo de carne vermelha também pode estar relacionado ao ganho de peso, que é um fator de risco tanto para doenças cardiovasculares quanto para o diabetes tipo 2.5, 6

O consumo em excesso de carne vermelha, especialmente quando preparada de maneira não saudável e ultraprocessada, pode levar a flutuações nos níveis de glicose no sangue devido ao teor de gordura e ao impacto na sensibilidade à insulina.7 Além de dificultar o controle glicêmico, a grande variabilidade nos níveis de glicemia aumenta a inflamação sistêmica e o risco de complicações, sejam elas nos pequenos vasos sanguíneos, como nos olhos e nos rins, sejam em grandes vasos do coração e do cérebro.8

No entanto, é importante destacar que a relação entre consumo de carne vermelha, diabetes e doenças cardiovasculares pode variar de pessoa para pessoa. Algumas pessoas toleram quantidades moderadas de carne vermelha em suas dietas sem causar efeitos adversos prejudiciais, enquanto outras são mais sensíveis aos efeitos negativos. Além disso, o consumo moderado também pode ser indicado, por necessidades nutricionais.9 

Dessa maneira, uma abordagem equilibrada para a dieta é essencial. Por isso, se você está preocupado com o impacto da carne vermelha na sua saúde, é aconselhável reduzir seu consumo e optar por alternativas com baixo teor de gordura, como peito de frango, peixe ou fontes vegetarianas de proteína, como legumes e tofu. Além disso, é importante monitorar os níveis de glicose no sangue regularmente e ajustar a dieta conforme orientação médica e nutricional. 

Consulte sempre um profissional de saúde ou nutricionista para fornecer essas orientações, que serão personalizadas com base em suas necessidades e metas de saúde específicas.1, 2, 3

Referências:

1 Aprelini CMO, Luft VC, Meléndez GV, Schmidt MI, Mill JG, Molina MDCB. Consumo de carne vermelha e processada, resistência insulínica e diabetes no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Rev Panam Salud Publica. 2019 Maio 3;43:e40. doi: 10.26633/RPSP.2019.40.

2 Pan A, Sun Q, Bernstein AM, Manson JE, Willett WC, Hu FB. Changes in red meat consumption and subsequent risk of type 2 diabetes mellitus: Three cohorts of US men and women. JAMA Intern Med. 2013;173(14):1328–1335. doi: 10.1001/jamainternmed.2013.6633

3 Srour B, Chazelas E, Druesne-Pecollo N, Esseddik Y, Edelenyi FS, Agaësse C, et al. Dietary exposure to nitrites and nitrates in association with type 2 diabetes risk: Results from the NutriNet-Santé population-based cohort study. PLoS Med. 2023 Jan 17. doi: 10.1371/journal.pmed.1004149.

4 Barnard N, Levin S, Trapp C. Meat consumption as a risk factor for type 2 diabetes. Nutrients. 2014 Feb 21;6(2):897-910. doi: 10.3390/nu6020897. Erratum in: Nutrients. 2014;6(10):4317-9. Erratum in: Nutrients. 2014;6(3):1181. PMID: 24566443; PMCID: PMC3942738.

5 Medeiros GCBS, Azevedo KPM, Mesquita GXB, Lima SCVC, Silva DFO, Pimenta IDSF, et al. Red meat consumption, risk of incidence of cardiovascular disease and cardiovascular mortality, and the dose-response effect: Protocol for a systematic review and meta-analysis of longitudinal cohort studies. Medicine. 2019 Sep;98(38):e17271. doi: 10.1097/md.0000000000017271. PMID: 31568006; PMCID: PMC6756738.

6 Jakobsen MU, Bysted A, Mejborn H, Stockmarr A, Trolle E. Intake of unprocessed and processed meat and the association with cardiovascular disease: An overview of systematic reviews. Nutrients. 2021; 13(10):3303. https://doi.org/10.3390/nu13103303

7 Liu G, Zong G, Wu K, Hu Y, Li Y, Willett WC, Eisenberg DM, Hu FB, Sun Q. Meat Cooking Methods and Risk of Type 2 Diabetes: Results from three prospective cohort studies. Diabetes Care. 2018 Mar 9:dc171992. doi: 10.2337/dc17-1992

8 Brutsaert EF. Complicações do diabetes mellitus [Internet]. Rahway, NJ, USA: Manual MSD, Versão Saúde para a Família. 2022 [atualizado em out. 2022; acesso em 9 out. 2023]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/diabetes-mellitus-dm-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-da-glicose-no-sangue/complica%C3%A7%C3%B5es-do-diabetes-mellitus

9 Pereira AL, Moscardini IM, Tanquella FS, Oliveira Filho LO, Pereira Junior RPP, El Zein AK, et al. Considerações nutricionais em pacientes com diabetes tipo 2. BJSCR. 2021;34(3):52-60. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20210507_074728.pdf

BR23DI00178 – Outubro/2023