Que relação a “gordura no fígado” tem com o diabetes e as doenças cardiovasculares?
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é fortemente associada à síndrome metabólica (que é um conjunto de condições médicas que inclui obesidade, resistência à insulina, hipertensão arterial e dislipidemia), e seu diagnóstico geralmente envolve exames de imagem, como ultrassonografia hepática, ressonância magnética ou elastografia hepática, e é confirmado pela exclusão de outras causas de doença hepática gordurosa, como o consumo excessivo de álcool.1,2
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento e a progressão da DHGNA estão interligados àqueles do diabetes tipo 2 e das doenças cardiovasculares. A resistência à insulina, por exemplo, desempenha um papel crucial, levando a um aumento na produção de gordura pelo fígado e, consequentemente, ao acúmulo dela no órgão.4 Por sua vez, a DHGNA está associada a um risco aumentado de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.5,6
A inter-relação entre condições como DHGNA, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e diabetes forma um quadro complexo que requer uma abordagem multidisciplinar para o manejo adequado.3,4
É possível controlar ou diminuir a “gordura no fígado”?
Sim, a DHGNA pode ser controlada! A chave para uma vida saudável é adotar hábitos equilibrados: mantenha seu peso sob controle, faça exercícios físicos regularmente e siga uma dieta nutritiva. Além disso, é importante controlar fatores de risco, como diabetes e hipertensão.7
Em casos mais avançados, podem ser necessários medicamentos específicos. Por isso, é fundamental que os pacientes com DHGNA sejam monitorados regularmente, pois a condição pode progredir para estágios mais graves, como esteatohepatite não alcoólica e cirrose hepática.7
O acompanhamento médico regular permite a intervenção precoce e a prevenção de complicações graves. Portanto, compreender a DHGNA, suas interconexões com outras condições e a importância do manejo adequado é essencial para melhorar os resultados clínicos e reduzir o impacto global dessa condição hepática cada vez mais prevalente.1–7
Referências:
1 Tanase DM, Gosav EM, Costea CF, Ciocoiu M, Lacatusu CM, Maranduca MA, Ouatu A, Floria M. The intricate relationship between type 2 diabetes mellitus (T2DM), insulin resistance (IR), and nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD). J. Diabetes Res. 2020;3920196. doi: 10.1155/2020/3920196.
2 Smith BW, Adams LA. Nonalcoholic fatty liver disease and diabetes mellitus: pathogenesis and treatment. Nat Rev Endocrinol. 2011;7:456-465. doi: https://doi.org/10.1038/nrendo.2011.72.
3 Bhatt HB, Smith RJ. Doença hepática gordurosa no diabetes mellitus. Hepatobiliary Surg. Nutr. 2015;4(2):101-108. doi: 10.3978/j.issn.2304-3881.2015.01.03.
4 Fujii H, Kawada N. The role of insulin resistance and diabetes in nonalcoholic fatty liver disease.Int. J. Mol. Sci. 2020;21(11):3863. doi: 10.3390/ijms21113863.
5 Brouwers MCGJ, Simons N, Stehouwer CDA, Isaacs A. Non-alcoholic fatty liver disease and cardiovascular disease: assessing the evidence for causality. Diabetologia. 2020;63:253-260. doi: 10.1007/s00125-019-05024-3.
6 Hokyou L, Yong-ho L, Seung Up K, Hyeon Chang K. Metabolic dysfunction-associated fatty liver disease and incident cardiovascular disease risk: a nationwide cohort study. CGH. 2020;19(10):P2138-2147.E10. doi: 10.1016/j.cgh.2020.12.022.
7 Cantó C-K, Savage SH, Byrne CD.Resolution of fatty liver and risk of incident diabetes. JCEM. 2013;98(9):3637-3643. doi: 10.1210/jc.2013-1519.
Dezembro/2023 - BR23DI00225
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