Como é o tratamento conjunto de hipertensão e diabetes

O que é bom para o controle do diabetes e da pressão alta?

Em uma expressão: mudança no estilo de vida.

No caso da pressão alta, recomenda-se reduzir a ingestão de sal e álcool, adotar uma alimentação mais balanceada e saudável, aumentar a frequência de atividades físicas — sempre sob orientação de especialistas, como médico, nutricionista e profissional de educação física — e, muitas vezes, a perda de peso. Para os fumantes, também é importante interromper o hábito, já que o cigarro está relacionado a complicações cardiovasculares.(1),(2),(3)

A boa notícia é que, caso a pessoa também tenha diabetes tipo 2, vai obter vantagem ao fazer essas mesmas mudanças, uma vez que, aliadas ao controle da ingestão de açúcar, elas também ajudam a evitar a hiperglicemia e outras complicações, como as próprias doenças cardiovasculares.(1),(2),(3)

Tenho que tomar remédio para hipertensão e diabetes?

Sob critério médico, é possível tentar controlar a hipertensão por meio de mudanças no estilo de vida. No entanto, há estágios ou casos em que a pressão arterial está tão elevada, que surge a necessidade de adotar o uso de medicamentos para o manter um controle adequado.(1),(2)

Tomar os remédios corretamente também é importante no diabetes, pois controla a glicemia e evita danos que o excesso de glicose (“açúcar no sangue”) pode causar, como doenças renais, complicações oculares e, veja só, o aumento da pressão arterial!(1),(2)

Alguns remédios que podem ser utilizados para o controle da pressão alta:(4),(5)

• Diuréticos, que ajudam a reduzir a pressão arterial por aumentarem a eliminação de líquidos e de sódio. É o caso de medicamentos como a hidroclorotiazida e a furosemida;
• Inibidores de ECA (enzima conversora da angiotensina), que apoiam no “relaxamento” dos vasos e reduzem, assim, a pressão. São os casos do enalapril e do captopril;
• Bloqueadores dos receptores de angiotensina, que também ajudam a relaxar os vasos e reduzir a pressão, como a losartana e a valsartana;
• Betabloqueadores, que reduzem a frequência cardíaca e, consequentemente, a pressão arterial, como o atenolol e o propranolol.

Já no caso do diabetes tipo 2, temos:(6)

• Semaglutida, que estimula a produção de insulina, dependendo do valor da glicemia, e reduz, quando a glicemia está alta, a produção do hormônio glucagon, responsável por aumentar a concentração da glicose;
• Metformina, que ajuda na redução da produção de glicose pelo fígado e melhora a sensibilidade da pessoa à insulina;
• Sulfonilureias, que são substâncias que estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, independentemente da glicemia;
• Inibidores da DPP-4 (dipeptidil peptidase 4), que atuam na redução dos níveis de glicose no sangue ao inibirem a quebra do hormônio natural GLP-1, que estimula a produção da insulina;
• Insulina, que é geralmente injetável e age no controle da glicemia. Existem, para aplicação medicamentosa, as insulinas de ação rápida, lenta e as prolongadas.

É importante pontuar que cada pessoa é única. Então, os remédios utilizados para controlar tanto a pressão quanto a glicemia vão variar em tipo e dosagem individualmente: cada paciente pode responder de maneira diferente às medicações e ao tratamento, que devem ser ajustados conforme a necessidade. Por isso, somente um médico pode fazer a prescrição correta.

Preciso monitorar a pressão e a glicemia?

Precisa, sim, e há duas formas de monitoramento.

A primeira, que está sempre presente, acontece por meio dos exames que seu médico pede. Pessoas com hipertensão e diabetes devem ter um acompanhamento médico regular para garantir que tanto a pressão arterial quanto a taxa de glicose no sangue estejam controladas e, assim, prevenir complicações de saúde.(1),(2),(3),(5),(7)

Os exames são também importantes para verificar se os remédios estão fazendo os efeitos desejados ou se devem ser ajustados, além de monitorar diferentes sistemas e órgãos, como os rins, o coração e o fígado.(1),(2),(3),(7)

Outro tipo de monitoramento, que pode acontecer a critério médico, é aquele que o próprio paciente faz em casa, com aparelhos que podem ser adquiridos em farmácias e outros estabelecimentos, para uso doméstico.(1),(2)

O que fazer se desconfiar de hipertensão e diabetes?

Se você tem tido sintomas ou, se descobriu uma ou ambas as condições em exames de rotina, com diagnóstico médico, é importante seguir estes passos:(1),(2),(3),(4),(5)

1. Agendar uma consulta com um médico o mais rápido possível, para avaliar o estado da sua saúde, receber orientações sobre o tratamento e sobre mudanças no estilo de vida;
2. Seguir as orientações médicas, tomar as medicações prescritas corretamente, fazer as mudanças recomendadas, os exames e comparecer às consultas;
3. Gerenciar, com atenção, seu tratamento em casa. Pessoas com diabetes precisarão aprender a medir sua glicemia, enquanto os hipertensos precisarão aprender a monitorar sua pressão arterial;
4. Informar familiares e amigos próximos sobre sua condição e como eles devem apoiar você no tratamento e mudanças no estilo de vida;
5. Se necessário, participar de grupos de apoio ou programas educacionais para pessoas com diabetes e hipertensão. Esses locais ajudam muito na adaptação e podem fornecer informações úteis, apoio emocional e compartilhamento de experiências.

É importante destacar que, se você tem hipertensão e diabetes, é fundamental procurar a supervisão de profissionais de saúde. Cada caso é único e precisa de um acompanhamento cuidadoso. Agende uma consulta com profissionais como nutricionistas, educadores físicos e médicos de outras especialidades, como a oftalmologia, para cuidar do seu quadro geral de saúde.

O acompanhamento regular é fundamental para garantir saúde e qualidade de vida — e, ao agirem rapidamente e seguirem as orientações médicas, nada impede que pessoas com hipertensão e diabetes consigam inserir o tratamento na sua rotina, controlem suas taxas e tenham uma vida saudável e plena.

 

Referências:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf
2. Brasil, Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf
   
3. Girondoli YM, Soares MCR. Obesidade, diabetes e hipertensão: a importância da prevenção, cuidado e tratamento. Vitória: IFES; 2021. Disponível em: https://prodi.ifes.edu.br/images/stories/obesidade_diabetes_e_hipertens%C3%A3o.pdf
   
4. United Kingdom, the National Health Service. Treatment: high blood pressure (hypertension) [Internet]. London: NHS; 2023. Available from: https://www.nhs.uk/conditions/high-blood-pressure-hypertension/treatment/
   
5. Shaikh A. A practical approach to hypertension management in diabetes. Diabetes Ther. 2017 Oct;8(5):981-989. doi: 10.1007/s13300-017-0310-3. Epub 2017 Sep 19. PMID: 28929319; PMCID: PMC5630564.
   
6. Cherney K. A complete list of diabetes medications [Internet]. San Francisco: Healthline; 2023. Available from: https://www.healthline.com/health/diabetes/medications-list
   
7. Ganesh J, Viswanathan V. Management of diabetic hypertensives. Indian J Endocrinol Metab. 2011 Oct;15 Suppl 4(Suppl4):S374-9. doi: 10.4103/2230-8210.86982. PMID: 22145142; PMCID: PMC3230084.

 

BR23DI00095 - Junho/2023